segunda-feira, 8 de junho de 2015

A Indústria Cultural

Conceituando e explicando:

Indústria: conjunto de operações destinadas a produção de bens e serviços.
Cultural: relativo à cultura intelectual, à cultura de coletividade. Que revela aquisições culturais próprias do meio em que se vive, por oposição ao que é inato.

O termo Indústria se liga ao ‘Cultural’ quando produz cultura visando lucro a si. A tendência social se encarna nas obscuras intenções subjetivas da sociedade no desejo do consumidor pela produção e no produto não ser somente produto, mas também ser provedor elemento da arte que tem em sua forma a identificação de uma história.

Quando um ramo artístico é fabricado e por assim vendido torna-se elemento produtor cultural. O sistema que é a Indústria é uma parte da nossa sociedade que é um sistema. A adaptação e produção do que se é fabricado muitas vezes se origina de uma cópia que é evoluída ou apenas fonte de outra cultura.

A cultura contemporânea confere a tudo um ar de semelhança. A sequência fácil de memorizar, clichês prontos para serem empregados aqui e ali e completamente definidos pela finalidade que lhes cabe no esquema, são essas as razões de meios como, TV, rádio, jornais e revistas serem a forma entretenimento e produtor cultural de grande evidência a serem oferecidos pelo mercado cultural.

Os detalhes tornam-se fungíveis diante das produções. A indústria cultural se desenvolveu com o predomínio que o efeito e o detalhe técnico alcançaram sobre a ‘obra’ que passou a ser outrora ao veiculo antes considerado ‘ideia original’.

De forma violenta a indústria se instalou na sociedade causando grande impacto e mudança. As produções culturais são altamente consumidas, mesmo sendo estereótipos são produtos que movem a economia.

A tradução estereotipada de tudo, até mesmo do que não foi pensado, se inclui dentro do esquema de reprodutibilidade mecânica. O paradoxo da rotina travestida de natureza pode ser notado em todas as manifestações da indústria cultural. O conceito de estilo autêntico torna-se transparente na indústria cultural como um equivalente estético da dominação.

Existe a suposição também de que a indústria cultural é consequência do atraso, seja esse evolutivo ou tecnológico, tomando como nota o fato de que ela envolve e influencia a todos os ângulos sejam esses visualizadores das questões políticas, religiosas, étnicas ou econômicas. Mesmo tendo em mente essa situação sabe-se que os consumidores são também produtores.

Os consumidores são os trabalhadores e os empregados, os agricultores e os pequenos burgueses. A produção capitalista os mantém presos em corpo e alma ao que eles sucumbem sem resistência ao que lhes é oferecido. A indústria ajusta-se ao voto que ela própria conjurou o de produzir o que se deseja e não o que se quer, enquanto o individuo consumidor se contenta com a produção do que é sempre o mesmo.

A indústria cultural permanece desde o inicio como fonte de diversão. Seu controle sobre os consumidores é mediado pela diversão, não que isso seja uma forma de incultura porém por essa hostilidade inerente ao principio da diversão por tudo aquilo que seja mas do que ela própria empobrece a tradicionalidade e favorece a evolução estabelecendo a ideia de que seja mais do que ela própria.

A ideia que, por exemplo, a indústria cultural expõe quando se revela pela mídia é de que o expectador não deve ter necessidade de nenhum pensamento próprio o produto prescreve toda a  reação, através de sinais.

A indústria cultural não cessa até conseguir os consumidores, e faz isso através de promessas, ela não sublima, mas reprime. Expondo repetidamente o objeto do desejo. A fusão atual da cultura e do entretenimento não se realiza apenas como depravação da cultura, mas igualmente como espiritualização forçada da diversão.

A diversão alinha-se ela própria entre ideais, ela toma o lugar dos bens superiores, que ela expulsa inteiramente das massas, repetindo-os de maneira estereotipada. A indústria cultural realizou maldosamente o homem como ser genérico.

A indústria só se interessa pelos homens como clientes e empregados, reduzindo assim a humanidade a dois gêneros exatamente iguais o de produtor e consumidos. Ela faz com que o homem tenha necessidades, fazendo com que compre aquilo que ele não precisa com o dinheiro que não tem.

"... a televisão brasileira chega a quase todos os lares, sendo poucas as regiões do País sem acesso a ela. Portanto, se a televisão tem essa difusão, percebe-se que é impossível compreender a sociedade brasileira sem compreender a cultura e a Educação brasileiras, sem passar pela Indústria Cultural, é cometer um grande equívoco."(Ana Maria Fadul, 53:1994)

O triunfo da publicidade na indústria cultural é a fonte de exposição que mais passou a interagir com o publico. Os meios de comunicação, interativos e informativos se estabeleceram na estrutura de uma sociedade monopolizada que hoje passa por constantes mudanças e é assim que se expressam na Indústria Cultural que em síntese trabalha para que o mundo seja ordenado precisamente do modo que ela sugere, impedindo a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e decidir conscientemente.

Teorias da comunicação e a Indústria cultural

Mauro Wolf em seu livro ‘Teorias da Comunicação’ (1999,05) aponta que, “todos os consumidores dos mass media sabem, as comunicações de massa são uma realidade feita de muitos aspectos diferentes”. A relação entre a indústria cultural e o estudo das teorias comunicacionais mostra um mesmo ponto de vista.

No capitulo analisado anteriormente, nota-se o avanço e a forma com a qual se procede ao desenvolvimento econômico devido à comercialização dos produtos de entretenimento que são os meios de comunicação ou ainda os produtos divulgados por eles enquanto nas Teorias da Comunicação são estudadas teorias que explicam através de seus avanços como a mídia afeta e a forma como ela é introduzida no dia a dia de uma sociedade.

As teorias numa forma geral compreendem os indivíduos e a forma como eles captam a mensagem de um ou mais meios de comunicação e a indústria cultural trás a ideia de desenvolvimento onde ela ‘aguça’ o homem a consumir cultura.

Autor: Hércules Andrade
Referências Bibliográficas

Larousse Cultura. Grande Enciclopédia. 7.ed. p. 1731.
Rocha, R. Minidicionário. 1.ed. p. 338.

WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. 8. ed. p.4.

Obs.: Esse texto eu fiz para um trabalho meu de "Teorias da Comunicação", porém o tem me atraiu tanto e é tão interessante que resolvi publicar. Teorias é minha matéria preferida do terceiro semestre, e vou logo avisando, é muito conteúdo ("adoooooro").    

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